O futuro da IA é o vídeo, e está chegando rapidamente até nós

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem despertado diferentes reações nas pessoas. Alguns se assustam com a ideia, enquanto outros se animam e enxergam um mundo repleto de possibilidades brilhantes e terríveis ao mesmo tempo. Se você se identifica com essas emoções, saiba que não está sozinho.

Particularmente, estou apavorado com as eleições de 2024. Com o avanço da disseminação de notícias falsas e o aprimoramento das imagens geradas por IA, estamos nos deparando com uma perspectiva especialmente preocupante para esse momento democrático tão importante.

É bem provável que você já tenha se deparado com fotos editadas utilizando o Photoleap ou vídeos transformados com o Videoleap ao passar algum tempo no Instagram. Nesse sentido, a empresa Lightricks está apresentando seu novo software de edição de vídeos, que promete copiar o estilo de um vídeo e aplicá-lo a outro. Embora não seja perfeito, destaca-se entre outras tecnologias disponíveis no mercado.

Para termos uma ideia mais precisa de como será o futuro nesse contexto, conversei com Zeev Farbman, cofundador e CEO da Lightricks. A empresa está na vanguarda ao adicionar funcionalidades de IA às tecnologias voltadas para o consumidor final, como os aplicativos Photoleap e Videoleap, além de possuir um laboratório de pesquisa.

É importante ter consciência de que a IA é uma ferramenta, assim como a dinamite. Ela pode ser utilizada para construir estradas, através da detonação de uma montanha, ou para destruir coisas importantes para outras pessoas. No entanto, diferentemente da dinamite, a IA parece ter poucas regulamentações.

Desde já, Farbman destaca que o que podemos realizar com vídeos utilizando a IA é uma continuação do que já fazemos com fotos. E ele não está errado. A Adobe adicionou o recurso Content-Aware Fill ao Photoshop CS5, em 2010, utilizando uma geração mais antiga de IA. Isso mostra que estamos apenas percorrendo um continuum tecnológico.

“Se olharmos para o mundo da criação de imagens, quase podemos afirmar que o problema já está resolvido”, afirma Farbman. “Ainda faltam soluções para as interfaces do usuário, pois, se você quiser utilizar os controles mais avançados, precisará baixar ferramentas de código aberto incomuns e combiná-las.

É um processo complicado. Mas, no final das contas, em termos de pesquisa, estamos chegando a um ponto em que, se você souber o que está fazendo, poderá imaginar qualquer tipo de imagem e criá-la”.

Por um longo tempo, animações como o vídeo abaixo foram consideradas o auge dos vídeos gerados por IA. Eles são interessantes, mas há pouca consistência entre os frames. O resultado é um efeito psicodélico, mas ninguém confunde esse tipo de vídeo com algo real.