Connect with us

Notícias

A primeira ação judicial de ‘inflação de autonomia’ da Tesla foi ajuizada.

Publicado

on

Vários proprietários de veículos Tesla entraram com uma ação judicial contra a montadora americana por alegações de fraude ao consumidor, uma semana após uma investigação da Reuters descobrir que a empresa havia exagerado nas estimativas de autonomia de seus veículos elétricos por anos.

A ação coletiva proposta, chamada de “Porter et al v. Tesla, Inc.”, foi protocolada em 2 de agosto no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Califórnia. O escritório de advocacia Milberg Coleman Bryson Phillips Grossman está representando os proprietários de Tesla na ação.

A ação alega que a Tesla violou as leis estaduais de proteção ao consumidor ao anunciar falsamente a autonomia de seus veículos elétricos. Os advogados que representam os proprietários afirmam que a Tesla “superestimou grosseiramente” a autonomia – que é a distância estimada que um veículo pode percorrer com uma única carga de bateria – ao vender os veículos aos consumidores.

“Ao entender que essa seria uma característica importante (se não a mais importante) para muitos consumidores e se aproveitar desse fato, a Tesla comercializou seus veículos elétricos como tendo uma autonomia superestimada de forma grotesca na tentativa de aumentar as vendas para os consumidores”, afirma a ação judicial.

Na semana passada, a Reuters informou que a Tesla havia inflado suas estimativas de autonomia, levando os proprietários a lotarem os centros de serviço da empresa com preocupações de que seus veículos precisavam de assistência. A investigação, citando fontes anônimas e especialistas do setor, descobriu que a orientação para utilizar algoritmos para fornecer números de autonomia mais otimistas partiu do CEO Elon Musk.

À medida que as vendas explodiram, os pedidos de assistência também aumentaram. Para combater o influxo de solicitações e ajudar a controlar os custos, a Tesla criou uma equipe especializada em lidar com os chamados “casos de autonomia” – ou seja, proprietários reclamando de autonomias mais baixas do que o esperado, de acordo com o relatório da Reuters.

Os membros da equipe de desvio eram treinados para dizer aos proprietários que as estimativas de autonomia aprovadas pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA eram apenas uma previsão. Eles também forneciam dicas aos clientes sobre como aumentar a autonomia. O objetivo da equipe era cancelar o maior número possível desses agendamentos, economizando para a Tesla até US$ 1.000 por visita, revelou a investigação da Reuters.

A ação judicial representa a insatisfação dos proprietários de veículos Tesla que se sentiram enganados pelas estimativas falsas de autonomia anunciadas pela montadora. Eles argumentam que a Tesla manipulou essas estimativas para aumentar as vendas, sabendo que a autonomia é uma característica crucial para muitos compradores de veículos elétricos.

É importante ressaltar que a ação ainda está em andamento e que as alegações apresentadas pelos proprietários serão avaliadas pelo tribunal. Caso seja comprovada a fraude ao consumidor por parte da Tesla, a montadora pode enfrentar consequências legais e financeiras significativas.

Os resultados dessa ação podem afetar a reputação da Tesla no mercado e influenciar a confiança dos consumidores em relação à precisão das informações fornecidas pela empresa.

Os proprietários de veículos elétricos esperam que a ação judicial traga justiça e uma solução para o problema das estimativas de autonomia infladas. Enquanto isso, a Tesla pode precisar rever e aprimorar suas práticas de publicidade e comunicação para reconquistar a confiança dos consumidores.